Segundo especialistas, consumir remédios sem prescrição médica é perigoso para todos, mas prejuízos podem ser ainda maiores na terceira idade.
Se engana quem pensa que tomar um remédio de vez em quando sem indicação médica não faça mal. Segundo a Abifarma (Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas), 20 mil pessoas morrem anualmente no país por terem tomado remédios indevidamente.
O hábito é popular, porém, pode causar prejuízos à saúde. Efeitos colaterais, que podem ir desde uma dor de estômago simples até um sangramento gástrico complicado, por exemplo, são alguns dos possíveis danos em pessoas de todas as idades. Mas, quando tratamos de idosos, esses riscos só aumentam.
Homens e mulheres na terceira idade se automedicam e, por diversas vezes, não relatam para o seu médico, seja por medo de levarem uma bronca ou por esquecimento.
Com isso, eles acabam aumentando as chances de aparecimento de úlceras no estômago, entre outros males.
Boa parte dos medicamentos vendidos em farmácias são usados por idosos. Entre os mais comuns, estão os antiácidos, os laxantes, os antigripais e as vitaminas. A princípio, podem parecer inofensivos, porém, ao serem combinados a outros medicamentos, podem provocar consequências bem complexas.
Entre os principais riscos da automedicação em idosos, estão:
- diminuição da função do fígado e dos rins, que são órgãos fundamentais no metabolismo e na eliminação das substâncias;
- interferência no tratamento de doenças crônicas, anulando ou até aumentando o efeito dos medicamentos utilizados;
- aumento de problemas mais sérios e recorrentes, como arritmia cardíaca, provocando as famosas quedas;
- redução do fluxo de sangue e aumento da pressão;
- redução da absorção de substâncias como cálcio e ferro essenciais nesta fase.
Muito além dessas questões, ainda se colocam outras quando se trata da automedicação.
A atitude às vezes é tão natural que os pacientes esquecem de contar os medicamentos que tomaram para seu médico – ou escondem dele o uso –, o que pode causar dificuldade, por parte do profissional da saúde, em fazer o diagnóstico e o tratamento correto. Muitos sintomas podem ocorrer devido ao uso de medicamentos. Por isso, sempre deve haver uma relação de confiança entre o profissional de saúde, o paciente idoso e sua família. Se houve um erro ao se automedicar, erro ainda maior será omitir essa informação.
Por fim, é importante reconhecer os riscos da auto medicação, entender as fragilidades das pessoas com mais idade. Uma equipe de cuidadores pode ajudar de forma significativa a evitar o esquecimento da medicação e o uso incorreto. Um idoso acompanhado está mais seguro e consequentemente mais saudável.